LADO A, LADO B
A disparidade de acesso e incentivo cultural entre o subúrbio e o centro do Rio de Janeiro
Projeto de Fotojornalismo dos alunos Bernardo Mofe e Rafaela de Oliveira.
A desenhista Gabriela Campos debate a falta de educação artística e a divergência de oportunidades entre as diferentes zonas da cidade. Segundo ela, a representação das pessoas do subúrbio ainda é deficiente. Mas, apesar das dificuldades, é bom ocupar os espaços.
À esquerda, a estudante de desenho industrial da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra os trabalhos da faculdade e produções próprias.
À direita, a estudante está com desenhos de uma série especial sobre a Amazônia.
Amanda Triani reflete a herança quase que dominadora dos greco-romanos no conceito de arte brasileira. A estudante de História da Arte da Universidade Federal do Rio de Janeiro questiona os padrões estéticos clássicos vistos nos principais museus da cidade. A maioria deles está na zona sul e no Centro, afastados do subúrbio carioca. O modelo europeu, segundo ela, não só baseia o estudo histórico, como também permeia a produção de pinturas e esculturas. Assim, exclui as manifestações nacionais, até mesmo sobre a nossa própria trajetória.
Amanda observa as obras sobre o período colonial, ditas como arte brasileira. Na segunda foto, ela está ao redor da polêmica tela em que a mãe negra agradece aos céus pelo embranquecimento da família. O quadro se chama "A Redenção de Cam" (1895), de Modesto Brocos. 
Na exposição "da Galés a Galeira", a universitária afirma: são mais de 70 mil obras no acervo do museu de Belas Artes do Rio, apenas 80 delas estão nessa exposição que faz uma propaganda de protagonismo negro. E, ainda, grande parte das telas são feitas por brancos, de forma racista. Afinal, esse discurso é para quem?
As estruturas - do erudito e da imitação do Louvre à lona e ao viaduto
Ao redor do Museu, o Theatro Municipal é uma obra esculpida e projetada nos moldes europeus. Em plena modernização da cidade, a construção de bronze e mármore foi feita na época da reforma do prefeito Pereira Passos. 
O Museu de Belas Artes é mais um exemplo da influência dessa arquitetura, a qual fez parte de uma iniciativa política que tinha como objetivo trazer ao Brasil uma nova Paris.
Já na Zona Oeste, o viaduto de Realengo abriga a Artrash. O evento expõe e festeja as artes dos produtores da região. A organizadora Isabella Silva resiste tocando o projeto sem apoio governamental e sofrendo represália, mas busca o melhor acesso aos suburbanos.
A Areninha Carioca Hermeto Pascoal, mais conhecida como Lona de Bangu, recebeu os torcedores brasileiros para a exibição do primeiro jogo da seleção na Copa da Rússia de 2018.
Ricardo Villas descobriu-se artista na infância. Hoje com 53 anos, relembra os empecilhos que enfrentou no início da carreira. Desde a repressão a procura por emprego ainda atual, o músico relembra na sala de casa as dificuldades de fazer o que ama.

O morador de Senador Camará reflete sobre a seleção hegemônica de artistas, o que possibilita grandes ofertas de trabalho aos produtores autônomos. Segundo ele, o motivo de não desistir é gostar do que faz.
'Num fim de semana desses, ia lá fazer uma "canja" nos intervalos e ganhava uma merreca. O que dava para uma mariola, um guaracamp, uma pipoca doce e um suspiro. Era o cachê da gente.'
LADO A, LADO B
Published:

LADO A, LADO B

Published:

Creative Fields